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FAMS recebe acervo fotográfico do antigo Conservatório Carlos Gomes
Tradicional estabelecimento de ensino da Cidade, responsável pela formação artística de crianças, jovens e adultos nas décadas de 1960 e 1970, o Conservatório Musical Carlos Gomes terá sua história perpetuada pela Fundação Arquivo e Memória de Santos (Fams), que na tarde de ontem, dia 7, recebeu em doação cerca de 250 fotografias e dois álbuns fotográficos organizados por Odete Cheida Hilinski, fundadora da escola, falecida em novembro de 2000, aos 74 anos. O material encontrava-se com a fonoaudióloga Maria Cristina Jabbur, sobrinha da musicista e compositora, cuja vida cultural e social foi diretamente influenciada pela tia e pelas atividades do conservatório, que acompanhou desde a infância.
As fotos registram a fundação do instituto musical, em 1959, na Av. Bernardino de Campos, 76; atividades culturais como recitais e mostras de folclore; apresentações dos alunos no Teatro Coliseu, Hotel Parque Balneário, Rádio Clube de Santos, além das formaturas anuais. Em muitas imagens encontram-se personalidades e autoridades que participavam dos eventos, como a pianista Guiomar Novais, os compositores Almeida Prado e Souza Lima, o ex-prefeito Osvaldo Justo, os poetas Aristeu Bulhões e Carolina Ramos, e o radialista Ibrahim do Carmo Mauá.
“Minha tia teve intensa atividade no segmento educacional da Cidade e muito trabalhou para a difusão cultural, sendo convidada pelos órgãos públicos para organizar e coordenar vários eventos”, explicou Cristina Jabbur, que resolveu doar o acervo fotográfico que herdou para que a história do conservatório não se perdesse. “Além disso, confio no trabalho realizado pela Fundação Arquivo e Memória de Santos, que me foi recomendado e hoje é uma referência na região”. Ela também doou à Fams dois exemplares do livro de poesias Voltei, escrito pela tia em 1997.
Lembrando passagens de sua adolescência, a fonoaudióloga lamenta que o conservatório, adquirido em 1973 pela professora de música Ema Basile, tenha sido fechado na década de 1980. Resultado, acredita, da mudança de prioridades culturais por parte das famílias. “Hoje as pessoas não investem no ensino musical erudito dos filhos, priorizando áreas voltadas para o mercado de trabalho, como informática e línguas”.
As fotografias do Conservatório Musical Carlos Gomes serão selecionadas pela equipe do Acervo Iconográfico para serem identificadas e depois disponibilizadas para o público.
BIOGRAFIA – Nascida em Glicério (SP), Odete Cheida mudou-se para Santos em 1941. Foi também escritora, poetisa, trovadora e declamadora, tendo recebido da Câmara o título de Cidadã Santista e o troféu de Honra ao Mérito, entre de outras comendas. Pertenceu à Academia Feminina de Ciências, Letras e Artes de Santos; União Brasileira de Trovadores; Centro de Expansão Cultural e Movimento de Arregimentação Feminina, sendo autora de dois livros – Rimando entre Amigos, de 1992, e Voltei.
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