A história do Brasil e da Cidade contada de uma forma diferente por terra e mar. Esse é o objetivo do projeto 'Rota da Aventura' realizado desde 2008. Trata-se de uma complementação e aperfeiçoamento do 'Roteiro pelo Centro Histórico de Santos', criado pela FAMS (Fundação Arquivo e Memória de Santos). Nos dois projetos, o objetivo principal é montar um painel da história social, política e econômica da cidade de Santos, desde a presença dos “Homens de Sambaqui”, no litoral há 10 mil anos atrás até meados do século XX.
Santos é uma das cidades mais importantes em termos históricos e culturais do Brasil. A sua formação se iniciou logo após a chegada de Martim Afonso de Souza na região, para fundar a primeira Vila, a de São Vicente, em 1532. Das pessoas que o acompanharam, algumas como Luiz de Góes, Paschoal Fernandes, Domingos Pires, Catarina de Aguillar e Brás Cubas, se deslocaram para a região que hoje conhecemos como Centro de Santos. Nas proximidades do Outeiro de Santa Catarina, deram início ao seu povoamento, entre o final de 1532 e 1533.
A partir daí, começa a história dos santistas que envolve a luta pela sobrevivência em função dos ataques dos índios, que buscaram recuperar suas terras ocupadas pelos portugueses. A luta prosseguiu contra a fome e as doenças numa terra desconhecida; contra os ataques de piratas; as doenças e epidemias; pela libertação dos escravos e pela Proclamação da República. A força do movimento operário, cultural e recentemente as lutas contra a ditadura militar e pela autonomia da Cidade, contribuíram para a luta dos santistas. Falamos também da história do desenvolvimento urbano com o surgimento dos bairros e profissões. Podemos dizer ainda, que Santos e os santistas, participaram de todos os fatos e acontecimentos importantes da história do Brasil, seja de forma direta ou indireta.
É um pouco desta história que contamos no projeto Santos uma Rota de Aventuras. Trabalhamos com uma turma de 30 pessoas, que dividimos em duas de quinze. A primeira turma é levada de ônibus até a Bacia do Mercado (1900), onde embarcamos em uma catraia e passamos por Guarujá, que foi Distrito de Santos até 1939. Passamos pelo Forte do Itapema ou Vera Cruz, construído para auxiliar na defesa do ataque de piratas; pela Base Aérea de Santos (1921/22); vamos até a Ilha Diana e falamos sobre a cultura caiçara; pelos manguezais, explicamos a importância de preservá-los; passamos também por um terminal portuário; pela Ilha de Barnabé; pelo Porto e desembarcamos atrás da Alfandega, onde partimos de ônibus até a Casa de Frontaria Azulejada (1865).
A segunda turma sai a pé do Outeiro de Santa Catarina (marco do início do povoamento de Santos, na 1ª metade do século XVI); passa pela Casa do Trem Bélico (1734); quando percorremos a Praça da República, mostramos a Igreja do Rosário dos Homens Brancos, demolida em 1908, a Estátua de Brás Cubas (1908) e a Alfândega (1550/1930); a Igreja do Carmo (1589 e 1754) e o Pantheão dos Andradas (1923) complementam o passeio. A Rua XV de Novembro, uma das mais antigas de Santos; a Bolsa do Café de (1922) e a Casa de Frontaria Azulejada são os últimos pontos turísticos que os visitantes conhecem.
Na Casa de Frontaria Azulejada as duas turmas se encontram. Fazem uma pausa de 15 minutos e então acontece a inversão do trajeto. A primeira turma que fez o percurso de catraia, volta a pé para o Outeiro de Santa Catarina passando por todos os lugares e edifícios históricos já citados. Da mesma forma, a segunda turma que fez o trajeto a pé, é levada de ônibus até a Alfândega. Lá pegam a catraia no sentido inverso terminando na Bacia do Mercado e voltam ao Outeiro de Santa Catarina, encerrando o roteiro.
O Projeto é bastante interessante, seja pela conteúdo histórico, pelo visual ou pela possibilidade de conhecer a Cidade que muitas pessoas desconhecem. O projeto está passando por uma fase de aperfeiçoamento A FAMS está buscando colocar apresentações culturais de índios e sobre a cultura negra na Casa de Frontaria Azulejada. A ideia complementa o passeio quando as duas turmas se encontram.
A Rota da Aventura é realizada somente às sextas feiras, a partir das 8h30. Os grupos são formados com no máximo 30 pessoas. A prioridade é para universidades, escolas, instituições e comunidades. Em todos os casos, o agendamento prévio é necessário pelo telefone 3202-1240.