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Santos ganha novo espaço cultural após obras na Casa da Frontaria
Santos ganhará, ainda este ano, um novo espaço cultural em uma das mais significativas obras arquitetônicas de seu patrimônio. Trata-se da Casa da Frontaria Azulejada (R. do Comércio, 96), construída em 1865, e que durante oito anos abrigou o Arquivo Permanente da Fundação Arquivo e Memória de Santos (Fams). O anúncio foi feito na manhã do dia 12, pela presidência da instituição, durante reunião do Conselho Deliberativo, realizada em sua sede, que funciona no Outeiro de Santa Catarina, marco da fundação da Cidade.
A Casa da Frontaria passa atualmente por obras de recuperação estrutural, com troca de telhas e substituição de calhas, entre outros serviços, que deverão estar concluídas em pouco mais de dois meses. Tendo em vista as condições do prédio e a necessidade de realização de obras, a Fams transferiu, em dezembro passado, o Arquivo Permanente para a Rua Amador Bueno, 61, instalações que serão inauguradas nas próximas semanas. A recuperação do imóvel foi autorizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos (Condepasa).
De acordo com a presidência da Fams, a Casa da Fontaria será utilizada como espaço cultural, principalmente voltado a exposições. Ainda durante a reunião do conselho, foi projetado vídeo sobre o trabalho desenvolvido pela Fams em sua sede e nos três arquivos (Geral, Intermediário e Permanente). O material, com cerca de oito minutos de duração, será copiado em cd, cujas cópias serão distribuídas a instituições educativas e culturais, e apresentadas em atividades que contem com a participação de profissionais da fundação.
BALANÇO - No balanço das realizações da Fams, no último trimestre, foram destaques o lançamento do livro O Monumento aos Andradas, editado em parceria com o governo da França; a criação do Setor de Captação de Recursos e a realização de reuniões com representantes de diversas secretarias, visando a implementação da Tabela de Temporalidade para a preservação e descarte de documentos públicos.
De acordo com a presidência da fundação, o Setor de Captação de Recursos já conseguiu a aprovação de cinco projetos: um junto ao governo da Espanha (Organização, Conservação e Divulgação do Fundo José Herrera – 1937/1980), outro no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) - Modernização dos Depósitos de Acervo da Fundação Arquivo e Memória de Santos, e quatro junto ao Ministério da Cultura - Conservação, Microfilmagem e Divulgação do Acervo da Fundação Arquivo e Memória de Santos, Informatização do Acervo do Arquivo Permanente da Fundação Arquivo e Memória de Santos, ambos na área de patrimônio cultural; e Traços e Desejos – Arquitetura e o Urbanismo de Santos em Tempos de Republica, na área de edição de livros.
CASA DA FRONTARIA - Casa da Frontaria Azulejada foi construída em 1865 para residência e armazém do comerciante português, comendador Manoel Joaquim Ferreira Netto. O prédio ficou conhecido por sua fachada de influência neoclássica, formada por azulejos em alto relevo importados de Portugal. Concebida em forma de “U”, a construção tinha a abertura voltada para o mar e ia até o porto. O sobrado foi depois utilizado como escritório, hotel, para armazenar cargas e, por fim, depósito de adubos químicos. Em 1973, foi tombado pelo IPHAN, que proibiu o proprietário de utilizá-lo para guardar o fertilizante, provocando o seu abandono definitivo. Anos mais tarde, vieram também os tombamentos pelo Condephaat e Condepasa. Em 1986, foi desapropriada pela Prefeitura e a recuperação de sua fachada aconteceu em 1992, com a devolução da estrutura original da porta principal e dos azulejos, restaurados ou reproduzidos. O trabalho artesanal, realizado pelo artista plástico Luís Sarasá, contabilizou 7 mil peças novas.