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História Oral é destaque em seminário
A Fundação Arquivo e Memória de Santos promoveu, nos dias 22 e 23, o VI Seminário Regional de Memória, Arquivo, Biblioteca e Museu do Litoral Paulista e Vale do Ribeira. O evento realizado no auditório do Senac, na Avenida Conselheiro Nébias, 309, teve palestras de quatro especialistas nas matérias. Maria Aparecida Franco Pereira, da Unisantos, abriu o ciclo abordando quatro concepções: memória – informação da Nação; política e memória no sentido popular; quando o povo começa a interferir; a memória no sentido cultural e a relação entre memória social e história oral.
O dia seguinte começou com a palestra de Paulo Knauss, diretor geral do Arquivo Público do Rio de Janeiro, que abordou fatos ocorridos em Niterói, cidade onde está radicado. “Quero falar – disse ele – especificamente de uma coleção de entrevistas sobre fatos traumáticos ocorridos na cidade. Comecei a trabalhar nessa proposta com a ideia de provocar uma reflexão sobre a memória da cidade e não apenas a partir da imagem lírica e saudosista, mas trabalhar com fatos que são difíceis de serem lembrados. O trabalho se concentrou em fatos marcantes na história de Niterói; como a grande greve no sistema de transporte marítimo e a destruição dos bondes.
Outro episódio comentado por Knauss foi o incêndio ocorrido em 1961 em um circo que estava instalado na cidade. Foi um dos maiores desastres do gênero, que inclusive serviu para alavancar a cirurgia plástica no Brasil, tantas foram as vítimas desse incêndio. Knauss também abordou o período da repressão quer começou em 1964 e que transformou o estádio de Caio Martins numa prisão a céu aberto. “A ideia é trabalhar com essas memórias e discutir um pouco o que significa isso para a história oral e memória da cidade e como essa tipo de trabalho permite fazer uma outra reflexão sobre as memórias urbanas”, concluiu o palestrante.
Simone Silva Fernandes, Documentalista do Centro de Documentação e Informação Cientifica CEDIC/PUC -SP, falou sobre intrumentos arquivisticos de difusão de catálogos, trabalho com universitários, custódia e acesso legal, formalização da custódia e do direito á difusão ou fontes orais na internet. Explicou e mostrou em slides memória institucional e gestão de conhecimento e o storytelling no Brasil, que é a utilização de relatos orais no meio midiático. Citou como exemplo a novela “Páginas da Vida” que no final de cada capitulo contava com o depoimento de alguém.
Marcelo Nogueira de Siqueira, Coordenador de Documentos Audiovisuais e Cartográficos do Arquivo Nacional, destacou o uso da história oral no tratamento de documentação arquivística. Mencionou o acervo do Arquivo Nacional, composto de 65 km de estantes com documentos(o equivalente à distância de Santos a São Paulo). Falou da História Oral como metodologia e mostrou fotos de passeatas de 1968, publicadas no jornal Correio da Manhã, de pessoas jogando pedras nos policias, estudantes interrompendo o tráfico de Copacabana e muitas outras manifestações do período.